Fratura - Crítica
- Arthur Renan
- 25 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de jul. de 2020

O início do filme já demonstra um casal passando por momentos de conflito, dando a entender a fase ruim daquele relacionamento. Logo em seguida, somos apresentados a filha deste casal, bastante doce apesar do clima desconfortável.
Em poucos minutos já percebemos que o protagonista, Ray, é bastante avoado e “certinho”. A ponto de incomodar sua esposa por não ultrapassar o limite de velocidade em uma estrada. Podemos entender isso de muitas maneiras, mas a mais óbvia é que Ray, aparentemente, foi bastante julgado por seu jeito e seu passado com bebida alcoólica.
O fato é: após um acidente envolvendo ele e sua filha, eles correm para um hospital e aí o filme começa. Felizmente o longa trás questionamentos muitos bons, com pistas sutis do que se passa. Numa primeira assistida seria praticamente impossível identificar tais pistas. Já na segunda ficam bem nítidos momentos chave.
Um primor desse filme é a constante dúvida emergente. Ele passa o tempo inteiro uma sensação de desconforto. Você sabe que há algo estranho acontecendo. As coisas vão ficando mais duvidosas com o passar do tempo e nesse ponto, você fica interessado em saber como as coisas terminarão. Ele começa lento, mas tenha paciência. As coisas vão acelerar mais para frente.
Geralmente, esse gênero entrega os conflitos de mão beijada. Começa X, se transforma em Y, mas no final é tudo X mesmo. “Fratura” não. Ele começa X, vira Y, surge um Z, Y e X se misturam, X some... Z e X somem agora, porém Z retorna e se mistura com Y. É um carrossel muito bem orquestrado. Impossível não ficar conflitante sobre os acontecimentos surgidos em tela.
Contudo, não vou ser desonesto. O roteiro não é o mais legal, a fotografia não é tão bom também e a direção se destaca por nos deixar encucado com o desconforto e confusão. Entre achismos, o filme se faz justamente nas incertezas, apesar de ser chatinho de se manter interessado nele. Em resumo, você só continua assistindo para saber a conclusão dessa situação toda.
Se você é que nem eu, fica tentando adivinhar o final e os que se passa antes mesmo do filme encerrar, provavelmente irá errar (haha). Como eu disse, ele é bom em brincar com a situação. Retirando as atuações medianas de TODOS OS ATORES e roteiro bem clichê, porém com clichê bem feitinha, “Fratura” é um bom filme, pra média de filmes lançados pela Netflix.
Se está com vontade de assistir um filme mediano, no qual você embarca na confusão, mas com desenrolar bacana (e um final brilhante no detalhe), esse filme perfeito pra ti. Reafirmo, ele é bom para a média Netflix, mas bem mediano no gênero suspense.
Por fim, ter uma “fratura” significa enfrentar uma dura realidade: certas coisas ficam fraturadas para sempre.
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