Capitã Marvel - Crítica
- Arthur Renan
- 15 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de jun. de 2019

Sinopse: O filme acompanha Vers, uma mulher desmemoriada em treinamento para fazer parte do time de elite da raça Kree, inimigos mortais dos Skrulls. Em uma missão malsucedida Vers acaba parando na Terra e no intuito de ainda completar sua missão, acaba redescobrindo sobre si mesma durante o processo.
Capitã Marvel começa nos empurrando, goela abaixo, uma pessoa que deveria ser extremamente emocional. Segundo o roteiro, Carol Danvers/Vers, vivida por Brie Larson, supostamente é impulsiva e sem amarras.
Contudo, apesar do filme tentar impor isso por meio de diálogos expositivos, ela é tão racional que faz tal coisas soar “ridícula”. Algumas coisas faladas não casam com o mostrado, lhe dando a estranha sensação de “ué, o filme é bom, mas tem algo errado nele”.
Apesar das controversas, o filme é bom, sim, mas não como um filme de ação, e sim na mensagem (para alguns sutis e outros nem tanto) do empoderamento feminino. Algumas mulheres se identificaram com as situações mostradas e outras não. Essas pequenas amostras tornam o filme mais comunicativo com o universo feminino.
Apesar de "Mulher Maravilha" ter sua importância, como forma de demonstração feminina de força, Capitã Marvel vai além em sua mensagem pelo simples fato da sua roupa ser igual a de seus companheiros masculinos. A não sexualização de seu uniforme, além de a por em igualdade aos demais, foca sua atenção na personagem em si. Porém a mensagem de maior destaque é a dela não ter de se provar para NINGUÉM.
A cena de Vers tomando esse caminho é bastante forte, sendo talvez a melhor do filme. Muito maior que todas as piadas, lutas ou artes visuais no espaço, esse pequeno trecho junto a trilha sonora marcante conseguiu se destacar de todo o resto.

>>>LEVÍSSIMO SPOILER<<<
Um pecado dos roteiristas Anna Boden, Ryan Fleck e Geneva Robertson é a não evolução da personagem. Todo personagem necessita ir de um ponto A, inicial, ao ponto B, final. Nesse processo sempre deve ocorrer uma evolução pessoal do próprio.
Em Capitã Marvel, Brie Larson infelizmente não pôde brilhar na sua potência máxima devido ao seu personagem sempre ser a mesma coisa de um ponto ou outro do filme. Ela sempre foi forte, sempre foi destemida, ela nunca ligou para opinião dos outros... no final ela só diz isso em voz alta, retornando aí o problema dos diálogos dizerem uma coisa e as imagens outra.
>>>FIM DO ESPOILER LEVÍSSIMO<<<
Falando no filme propriamente dito, lembra da parte: como filme de ação ele é ruim? Pois é, tirando o lado de computação gráfica e mensagens de empoderamento feminino, o filme não consegue sustentar uma boa trama. Há momentos onde nos perguntamos “o que eles estão fazendo mesmo?”, “pra que eles estão indo lá mesmo?” ... e elas não param de surgir.
A direção de Anna Boden e Ryan Fleck não consegue acertar a mão nas cenas de ação e nem nos momentos de envolvimento. Resumindo, a direção é fraca. Capitã Marvel entrega belíssimos efeitos com ação pouco empolgantes e conversa de personagens dignas de séries, levando a lugar algum.
Ressalva para cena da reconstrução de memória de Vers. Essa cena é tão boa que fez todas as cenas de tensão posteriores serem fracas. Uma segunda ressalva para Samuel L. Jackson interpretando um Nick Fury mais jovem (com um efeito facial impressionante o filme inteiro) cheio de momentos cômicos.
No fim, Capitã Marvel acerta demais em suas mensagens, mas erra em contar a história da heroína mais forte do Universo Cinematográfico Marvel de forma interessante. É um filmão Sessão da Tarde cheio de efeitos especiais moderno.
Recomendo a quem busca um filme mais pipoca, divertido, sem muito aprofundamento e que faz o "arroz com feijão bem feito". Em questão de comparação com o mesmo universo, Capitã Marvel está acima de "Thor"(2011) e um pouco inferior a "Os Vingadores" (2012).
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